Ibrain Elias

São Paulo/SP


Ibrain Elias

Bacharel em Ciências Economicas, Faculdade de Economia e Administração, FEA/USP, Pós-Graduação em teoria Economica-PE/FEA(USP), Professor Instrutor do Departamento de Economia da FEA/USP, Chefe de Gabinete – Secretária da Fazenda do Estado de São Paulo, Consultor Especial da Presidência do Banco Central do Brasil. Atualmente é Diretor da Diferencial Ltda e Representante do grupo Mondragon no Brasil.




Bacharel em Ciências Economicas, Faculdade de Economia e Administração, FEA/USP, Pós-Graduação em teoria Economica-PE/FEA(USP), Curso Doutoramento em História Social, Departamento História-FFLCS/USP.

Professor Instrutor do Departamento de Economia da FEA/USP, Chefe de Gabinete - Secretária da Fazenda do Estado de São Paulo, Consultor Especial da Presidência do Banco Central do Brasil. Diretor da Broker D.T.V.M Ltda. Ex-Presidente da Ordem dos Economistas de São Paulo.

Mondragón Corporação Cooperativa (MCC) - situada na região basca (extremo Norte da Espanha), é a única instituição empresarial no mundo que se estruturou a partir do espírito cooperativo. É formada por mais de cem sociedades cooperativas que atuam em diversos setores: alimentação, eletrodomésticos, universitário, máquinas e ferramentas, instituições financeiras. O segredo do sucesso de Mondragón está baseado na extrema preocupação com a formação profissional e social, a qual se tornou o elemento transformador de uma região pouco desenvolvida. Isso foi lá pela década de 1950. Na entrevista concedida por Ibrahin João Elias, o diretor brasileiro da empresa, é possível entender porque a educação é a principal missão de Mondragón.

Hoje, a Mondragón mantém escolas do primeiro ao quarto nível, além de centros de investigação em pesquisas próprias. Então, esse processo todo funciona, primeiramente, como um centro de divulgação do cooperativismo e formação de executivos em cooperativismo; e, em segundo lugar, como centro de empreendedorismo, portanto de gestão empresarial. Essa que é basicamente a educação chamada formal.

Quanto à educação cooperativista, nós acreditamos que o cooperativismo é um modo de vida. São valores que se transmitem, se criam continuamente, com trabalhos de solidariedade e justiça social. Se se analisar, na nossa estrutura curricular, não vai encontrar uma matéria - valores cooperativistas. Não tem isso porque essa é uma prática diária e constante, e é isso que a gente procura fazer. Para a gestão cooperativa, aí sim, nós temos cursos especiais e em nível de pós-graduação.

A integração escola-empresa se dá por dois motivos: a valorização do trabalho exige uma presença contínua da escola dentro do trabalho. O nosso trabalho como um todo não é abstrato, ele apresenta problemas que têm que ser solucionados pela escola. Então, as instituições de ensino estão no trabalho para antecipar problemas e solucioná-los. Por outro lado, o trabalho está na escola para propor os problemas. As nossas universidades ou escolas não são geradoras de literatura; elas são geradoras de teoria aplicada.

Ibrahim considera que a nossa maior fragilidade ainda é a mentalidade celetista (CLT) que as pessoas possuem, não só o trabalhador como o gerente e até o patrão. Nós somos muito ligados à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e isso no cooperativismo não funciona. Não estou falando dos benefícios que o operário tem, porque isso o cooperativismo visa a uma maior escala do que a própria CLT; e hoje na Mondragón, por exemplo, não são 13 salários, são no mínimo 14. As férias de 30 dias são consagradas e são mais do que 30 dias. O mês de agosto é atípico, a Espanha pára. Mas, durante o ano, são várias semanas de folga, então são mais de 30 dias de folga. Todas as vantagens que você vê na CLT, o cooperativismo visa a vantagens maiores, porque na realidade o que importa no cooperativismo é o homem, a pessoa, o bem estar da pessoa, não é a empresa em si. A empresa é um meio pelo qual o homem pode se realizar. Não é esse aspecto que eu vejo que vicia a CLT, o que vicia é aquela concepção de: "um manda os outros obedecem".

O cooperativismo é essencialmente participativo, a pessoa tem que estar envolvida não só no processo de capital, não só no resultado, mas, sobretudo na gestão. Então eu vejo a mentalidade celetista como o maior entrave do cooperativismo brasileiro.

Há ainda muitas pessoas que vêem na cooperativa uma entidade assistencial. São vícios, mas que são superados. Agora a mentalidade celetista é um processo educativo a longo prazo e é muito interessante porque quando a pessoa experimenta, rapidamente ela muda.

Atualmente é Diretor da Diferencial Ltda e Representante do grupo Mondragon no Brasil.

Temas das Palestras:

- Liderança
- Cooperativismo
- Superação de Desafios - Trabalho em Equipe
- Gestão de Pessoas
- Economia cenário nacional

AT 01-20
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